sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sementes Ornamentais do Brasil



"O único país do mundo que tem nome inspirado numa árvore fazia por merecer um livro como este: “Sementes ornamentais do Brasil”. A nação que abriga em seu território a maior floresta do planeta precisava desta obra que, além de catalogar as 110 sementes mais importantes da flora brasileira, com descrições precisas, fotos primorosas e rica iconografia, conta com estilo refinado e profunda pesquisa histórica a relação dos homens – indígenas, colonizadores e estrangeiros – com a maior preciosidade natural de sua terra.



E um povo que assiste perplexo à destruição de suas florestas encontrará neste livro bons argumentos para defender com unhas e dentes a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.


“Sementes ornamentais do Brasil” é o novo lançamento da Reler Editora. Tem como idealizadora e curadora Francisca Portinari Leão, com textos de Júlio Bandeira, Maria do Carmo Rainho, Maria Joana Valente do Valle e Juliana Müller Freire, projeto gráfico de Victor Burton e fotos de Sérgio Pagano. Chega às livrarias e às escolas, em edição bilíngüe, com o modelo de qualidade da Reler, o que significa textos apurados, farto material fotográfico.


A iniciativa nasceu da obstinação com que Francisca Portinari Leão se dedica ao estudo das sementes brasileiras e seu uso como matéria-prima para jóias, bijuterias e obras de arte. Sementes, ela afirma, são gemas da floresta, que brotam suavemente do solo, revelam a biodiversidade brasileira e ao mesmo tempo deixam claras sua força e fragilidade.

A precariedade não vem de sua vida efêmera, de resto superada pelos designers e artesãos com a adoção de novas técnicas que lhes dão vida longa. Tem origem na ameaça de destruição. Como diz Francisca, da semente vem a perpetuação da natureza, e a sua extração tem que ser feita de maneira sustentável para que não haja interrupção do ciclo natural.


A relação profunda do Brasil com suas sementes foi inaugurada pelos indígenas. A eles o homem branco impôs contas e miçangas, mimos recebidos com alegria, mas que, nem por isso, os fizeram abandonar o hábito ancestral do uso de sementes como fonte insubstituível de ornamento e manifestação cultural.


Os índios, neste caso, venceram. As contas e miçangas nunca tiveram importância e, em contrapartida, as sementes acabaram incorporadas pelo colonizador. Aquilo que era visto pelo homem branco como bruto, incivilizado e rústico, tornou-se, ao longo dos séculos, obra de suma delicadeza, modernidade e sofisticação.


 

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